A verdadeira virtude se conhece quando
os olhos estão fechados
A decisão
pode ser difícil, mas quando Deus age a escolha é certa
"Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas."
2 Coríntios 4.18
Um velho rei tinha dois filhos. Como já
se sentia fraco para governar, chamou o mais velho e pediu-lhe que encontrasse
entre as donzelas do reino aquela que reunisse mais condições para se tornar
rainha e a desposasse.
O
velho monarca sabia o quanto era importante para o futuro rei ter uma mulher
sábia como esposa. Assim, mandou preparar um grande baile no palácio e convidou
as mais lindas jovens, para que o príncipe pudesse escolher.
Depois
de observar cuidadosamente todas as candidatas, o príncipe se decidiu por duas,
que eram absolutamente magníficas!
Eram
as mais belas, mais prendadas e igualmente educadas. Sem saber qual escolher,
ele as convidou para morarem no palácio, onde poderia, através da convivência,
certificar-se de que a escolhida seria mesmo a mais preparada.
O
príncipe era, como seu pai, um jovem humilde e de excelente coração. Queria que
seu casamento viesse a dar ao povo de seu reino uma verdadeira rainha, que
servisse de exemplo para todas as demais jovens do reino.
Um
dia, quando em viagem a lugarejos distantes de seu reino, ele sofreu um
acidente. Caiu do cavalo e bateu a cabeça na raiz de uma árvore, vindo a ficar
cego. Que tragédia para um jovem tão distinto e com um futuro tão brilhante!
Voltando
ao seu palácio, fez questão de renunciar ao seu direito de reinar em favor de
seu irmão mais jovem, pois achava que um rei cego não poderia servir tão bem ao
seu povo. Já não frequentava mais os salões de baile e nem desfilava
garbosamente pelas ruas do reino. O príncipe cego preferia ficar trancado em
seus aposentos, meditando em sua vida.
Aos
poucos, todos os amigos foram se afastando e ao mesmo tempo se aproximando de
seu irmão mais jovem, agora o futuro rei. Um outro baile foi então realizado,
para escolher a donzela que desposaria o irmão mais jovem.
As
duas moças foram também convidadas para o evento. Porém uma delas não aceitou
comparecer. Ela havia se apaixonado pelo outro príncipe, que agora estava cego,
e sentia que não poderia ser feliz com mais ninguém.
O
salão de festas do palácio estava lotado com lindas donzelas, todas bem
vestidas para a ocasião. Em meio à festa, o príncipe cego adentrou o salão, com
trajes reais, e para surpresa de todos, enxergando perfeitamente.
Em
meio ao silêncio que se seguiu, o príncipe subiu os degraus que levavam ao
trono e anunciou calmamente ao povo:
-
Mais uma vez a Palavra de Deus se prova sábia e maravilhosa. Tinha uma decisão
muito difícil a tomar, pois as duas jovens que escolhi se me apresentavam
absolutamente iguais e merecedoras da coroa. Um dia, quando lia a Bíblia, notei
que o Senhor havia fechado os olhos de Adão, fazendo-o cair em profundo sono,
enquanto lhe preparava sua esposa. Percebi que meu dilema estaria resolvido se
também fechasse meus olhos. De olhos abertos atentava para os aspectos físicos.
Não enxerguei os atributos invisíveis de um verdadeiro caráter. Das duas jovens
que diziam me amar, apenas uma provou o que sentia, não aceitando comparecer a
este baile. Assim, ela é a escolhida para ser a futura rainha e reinar ao meu
lado.
Não
é mesmo interessante que embora a visão seja importante, as coisas invisíveis
são ainda mais importantes e permanentes que as visíveis? Não vive o justo pela
fé? E não é a fé a certeza das coisas que não se veem? Não foi o rei Davi
escolhido por qualidades que não se podiam ver com os olhos físicos?
O
apóstolo Paulo nos ensina:
"Não
atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se
veem são temporais, e as que se não veem são eternas."
2 Coríntios 4.18
COMPORTAMENTO
publicado
em 21/05/2012 às 04h50.
Por
Marcelo Crivella/Fotos: Thinkstock
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